Vamos lá, você já deve ter
parado um dia para pensar como um pedacinho de madeira encapado por um produto
químico, que com certeza pensaríamos ser integralmente o fósforo, consegue por
atrito provocar uma chama.
Basicamente, um palito, ou
necessariamente as substâncias químicas presentes na cabeça do palito entram em
combustão todas as vezes que o atrito provoca faísca numa cinética de reação
extremamente rápida, podendo consumir em alguns segundos boa parte do
palito.
Algumas propriedades
químicas deste cara presentes no nosso cotidiano foram descobertas em 1669, por
Robert Boyle (Um dos físicos que estudamos na Escola quando iniciamos o
conteúdos de gases).
Robert Boyle (1627-1691)
Embora sua descoberta tenha sido em 1669, o palito de
fósforo só foi criado 157 anos após os experimentos de Boyle, mais precisamente
no ano de 1826. Na época o palito de fósforo poderia até ser chamado de um
palitão “Hard”, com um mega tamanho de oito centímetros. O palitão foi apresentado
por um químico da época com nome de John Walker, (Se você já pensou no uísque você já falhou, não é o mesmo cara que inventou ou que pelo menos ficou conhecido como
o “inventor” escocês da bebida lá no século 19).
John Walker não Johnnie walker
Mas continuando, o palitão “Hard”
não era muito legal de se usar, na verdade qualquer atrito já provocava uma
chama evocê poderia facilmente se queimar.
Em 1855 surgiram os fósforos
de seguranças criados pelo sueco Johan Edvard Lundstrom. São os mesmos que
utilizamos até hoje.
O que Lundstrom apresentou de inovador? Bem galera,
sabemos que o fósforo hoje em dia não queima em qualquer superfície atritada e foi aqui a
grande sacada. Ele resolveu colocar parte das substâncias utilizadas para
queima do fósforo na caixinha ( isso foi inovador), imagina você andando com um
palitão de Walker e esbarrando em alguma coisa, nada legal não é?
Mas o que temos na caixinha e na cabeça do palito?
Na caixinha, encontramos uma superfície
áspera parecida com uma lixa. É nela que encontramos o fósforo vermelho e uma
camada de fricção chamada de vidro em pó.
Fósforo vermelho
Ao atritar a fricção gera calor.
Já na cabeça do palito, encontramos o trissulfeto
de antimônio, que atua como combustível, o
clorato de potássio, que facilita a reação, e o fosfato de amônio (olha o fósforo "P" aqui também). O fosfato evita que o seu
palito produza excesso de fumaça. Para manter todas as substâncias químicas presas na cabeça uma cola é essencial, e
para que o fogo deslize pelo palito uma cera não é descartada. Pensando na
estética, a indústria química também faz uso de corantes para deixar o fósforo
mais top.
Trissulfeto de antimônio Sb2S3
clorato de
potássio e fosfato de amônio
Ainda sobre a reação, todo calor gerado também
faz com que o clorato de potássio (cabeça do fósforo) pegue fogo. Como é um
agente oxidante, fornece mais oxigênio à reação. O oxigênio por sua vez combina-se
ao combustível (trissulfeto de antimônio) para criar uma chama intensa. O
cheiro da chama ocorre pela produção de óxidos de enxofre. Para finalizar a
química da reação, na fumaça ainda encontramos pequenas partículas que escapam
da combustão, mais vapor d’água.
Então galera, todas as vezes que você
utilizar um palito de fósforo pense como a química é maravilhosa até mesmo em alguns
segundos do nosso dia que geralmente passam bem despercebidos.
Professor do Quadro Próprio do Magistério no Estado do Paraná
Referências:
Por
Professor: Moacir Tomaz de Santana
Graduado em Ciências Biológicas pela Uningá
Graduado em Química pela Universidade Estadual de Maringá
Especialista em Metodologias de Ensino e Docência no Ensino
Superior pela Unicesumar
Mestre em Química pela Universidade Estadual de Londrina
Referências:
A química por trás de um palito de fósforo em
chamas. Disponível em: https://www.institutodeengenharia.org.br/site/2016/02/29/a-quimica-por-tras-de-um-palito-de-fosforo-em-chamas/
Acessado em 08 dez 2019.
Como funciona o palito de fósforo? Disponível
em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-funciona-o-palito-de-fosforo/
Acessado em 08 dez 2019.
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